quarta-feira, 27 de julho de 2011

De gatos e óculos

E aí se eu estivesse velha? Assim, bem velhinha mesmo, no dia de escrever o meu primeiro livro? Acho que talvez fosse hora de fazer óculos novos. Ando namorando um par há uns tempos. São um pouco maiores do que aqueles que uso hoje. Curiosamente, são também mais leves. Um tanto retrôs. Um formato meio gatinha, sabe? Uma hora dessas vou ver (deveria ir logo, uma vez que as letras já se embaralham nessa tela modernosa. E olha que quem fala modernosa, já está velho há ó: um tempão...). Será que eu deveria dizer "e aí se eu estiVER velha?". Ahhhhh... Blábláblá...digressões... Palavra que papai adora e na qual sou mestra. Minhas conversas são assim: cheias de desvios, de parênteses, de hmmm..."por que foi que eu comecei a falar isso, mesmo?". E eu esqueço ou lembro ou mudo o rumo da prosa. Não sei como funciona para quem ouve. A mim, me causa um certo constrangimento. Acho que não estou sendo clara, que sou confusa, que perco o argumento e a razão.

Mas volto ao livro. Aquele, o primeiro. Será estranho me lançar a ele só já velhota, meio cor de rosa, de lábios fininhos, assim, meio louca? Hmmm... Me parece que não vou estar lá tão diferente do que sou hoje. Será que vou já ao desafio?

Tenho uma amiga que tem um pseudônimo. Psedônimo para a vida. Saiu de casa. Foi morar longe da família que, sempre ciosa da pequena, quer saber o que ela faz. Ela vive, ora! Mas, para evitar explicações longas e olhares tortos, assumiu o nome de outra. Sou a fulana de tal, escrevi a matéria tal, na revista tal. E segue vivendo feliz, à sombra de seu nome da amiga.

E se eu tivesse um pseudônimo?

Bom, por ora tenho gatos. Me bastam.